Exclusiva: Fernando Tureck prefeito de São Bento do Sul
Prefeito Tureck recebeu nossa reportagem e na ocasião falou de impechment, política, gestão, obras. saúde, imbróglio com o Sagrada Família e reeleição.
“Fiquei satisfeito com o resultado porque era um movimento de algumas pessoas que queriam se aproveitar da situação”
“Fiquei satisfeito com o resultado porque era um movimento de algumas pessoas que queriam se aproveitar da situação”
Ev – Prefeito
como viu o resultado da votação na Câmara do pedido de licença para lhe cassar
o mandato?
Tureck – Fiquei bastante satisfeito com o resultado pois
acreditava que esse movimento todo, esse
processo era um movimento político de algumas pessoas que queriam se aproveitar
politicamente da situação e que tinham como objetivo apenas denegrir a minha
imagem, criar dificuldades na minha candidatura para a reeleição. Queriam criar
um slogan de que “não adianta votar nele pois ele vai ser cassado”. Então
fiquei muito feliz em poder contar com os votos do PMDB, do Grein do PSDB e do
Edi Salomon do PP, que mostraram coerência por não se deixarem influenciar por
pressões partidárias.
EV- Em algum
momento chegou a temer pelo mandato?
Tureck – Não. Porque não havia feito nada de errado. Caso
fosse levado a frente lá no final tenho certeza que ficaria provado que não
havia nada de errado que pudesse levar a uma cassação.
Ev – Passado
este episódio, em que o prefeito saiu fortalecido quais as metas até o final da
gestão?
Tureck – Espero que a população tenha entendido isso. Que na
verdade estamos tentando desde 2013, trabalhar, trabalhar, trabalhar e que
existem algumas pessoas que querem travar o trabalho até chegar num extremo de
querer pedir o impeachment do prefeito. É a turma do quanto pior, melhor.
Espero sinceramente que a população consiga enxergar a seriedade com que
estamos trabalhando. Sempre tenho dito e repetido que nossa administração pode
ter erros, mas uma coisa que nos orgulhamos que quando terminarmos o mandato
sairemos daqui da prefeitura sem levar um clips que não seja nosso. A honestidade
e a correção são a marca da nossa gestão.
Ev – Sabemos
que em nível nacional o problema de caixa é a tônica nas administrações. Como
está em São Bento do Sul?
Tureck – Nos preocupamos também com a parte financeira da
prefeitura. Os repasses do governo federal, estadual, vem caindo mês a mês. O Fundo de Participação
dos Municípios também está abaixo das nossas expectativas. Tudo isto faz com
que a administração fique cada vez mais difícil, mais engessada. Temos que
levar as coisas na ponta do lápis para
poder conseguir os investimentos, a prefeitura funcionando. Se formos comparar
apesar de todas as dificuldades financeiras, somos uma das poucas prefeituras
que consegue ter tantos investimentos como a nossa. Desde a questão da
pavimentação até a questão da educação.
Por exemplo as vagas em creches aumentamos em cinquenta por cento. Hoje
um terço de todas as vagas abertas, foram na nossa gestão. O número de salas da
educação infantil aumentou em cinqüenta por cento, tudo isto no meio de um
contexto financeiro, cenário político nacional bem negativo. Isso mostra quanto
tivemos que nos esforçar para manter as coisas funcionando e crescendo.
Ev – O episódio fortalece sua decisão de concorrer
à reeleição?
Tureck – Não interfere na verdade.
Ev- Já era uma decisão tomada?
Tureck – O que a gente conversa com o partido é que temos que
trabalhar fazendo uma campanha limpa e mostrando aquilo que fizemos de bom e
comparando a nossa gestão com outras. A nossa é muito positiva e temos dados
que surpreendem a população cada vez que apresentamos. Isto é que temos que
mostrar na campanha. O que não podemos aceitar é uma campanha criando factóides
de impeachment, criando denúncias,
enfim isso será um problema da oposição
e deles trabalharem. Nós vamos trabalhar mostrando propostas.
Ev – Na
quinta-feira, 23, haverá mais um desdobramento na Câmara com a presença do
secretário da Saúde para explicar a denúncia de perda de recursos pelo Hospital
Sagrada Família. O que se pode esperar?
Tureck – Estranho o momento em que a irmã fez esta denúncia.
Desde dezembro de 2013, todo mundo,
prefeitura, secretaria de Saúde e Hospital sabem do problema que houve com o
credenciamento e sabiam a maneira de solucionar. A solução para este problema é
fazer um novo credenciamento junto do IGH que é um outro incentivo que o
governo criou, substituindo o anterior que foi perdido. Desde o começo de 2014
o Hospital se recusa a fazer isso. Então esse número de R$ 3.400 milhões não existe. É um valor de R$ 100 por
mês e que poderiam ter sido recebidos anteriormente ou pelo novo IGH, só que o
Hospital não quer fazer o credenciamento pois alegam que aumenta a
responsabilidade do Hospital. Na verdade
aumenta na questão de transparência, na questão de gestão do Hospital. Não na
questão de prestação de serviços.
EV- Esse novo
credenciamento reverte a situação anterior, recupera os valores?
Tureck – Não. O atrasado não vem. Acontece que lá no começo de 2014 já poderia
ter acontecido o novo credenciamento, resolvido a questão e os valores não
seriam os hoje reivindicados. Não existe como tentar recuperar o credenciamento
que foi perdido. Tem que fazer o novo
que está aberto e resolve a questão daqui para a frente.
Ev- E o
passado?
Tureck – Passado só foi criado devido o Hospital não ter
feito a adesão ao IGH. Se tivesse feito no momento em que foi percebido o erro,
não teria passado. Não teria ficado nenhum intervalo sem receber.
Ev- E a
acusação que foi a prefeitura quem encaminhou errado o credenciamento?
Tureck – O secretário da Saúde, Deodato, está levantando todas as trocas de correspondências,
documentações que foram feitas em 2013, começo de 2014 para conseguirmos
demonstrar certo tudo que aconteceu. Não quero te adiantar ainda para não
acabar passando alguma informação incorreta. Mas há todo o conhecimento do
Hospital, todo o trâmite ocorreu em
conjunto. Existem erros da parte da Prefeitura, parte da secretaria da Saúde e da parte do Hospital.
EV – Então
todas as partes sabiam do fato?
- Tureck – Sim. Não é nada que se descobriu hoje. Desde 2013,
repetindo, que se sabe que não houve o credenciamento e também se sabe a
maneira para corrigir.
Ev – O Hospital teria sido omisso em relação a
ficar esperando o tempo passar sem receber os recursos?
Tureck – Esta questão até já foi discutida inclusive na
Câmara de Vereadores em outro momento. A solução foi proposta lá atrás e o
Hospital é que não aceitou. Não adianta tentar outras maneiras de contornar a
não ser o novo credenciamento pelo IGH.
EV – Daqui
para a frente?
Tureck – Só que esse daqui para frente já poderia ter
acontecido lá no passado.
EV- Diante
deste quadro. A quimioterapia está morta?
Tureck – Não. Inclusive no dia 23, quinta-feira, será feita a
conferência do check list pela
Secretaria de Saúde do estado aqui no Hospital. Então ainda tem chance de vir.
EV- É apenas
uma fiscalização para ver se está tudo certo. Não é o credenciamento?
Tureck – Exato. É a fiscalização para ver se tudo que é
necessário está ali. Se estiver daí será
encaminhado o pedido de credenciamento para o Governo do Estado.
EV- É apenas
um exame de admissão e dependerá da palavra final do Ministério da Saúde?
Tureck- É um dia a dia e estamos cumprindo etapas.
Ev – Mas para
quem era uma REALIDADE no dia 23 de agosto de 2013, está longe de acontecer.
Faltam 60 dias para três anos da promessa?
Tureck – Houve mesmo foi uma precipitação. Mas o que estamos
fazendo na verdade é seguir o caminho. Sabíamos que isto não seria de um dia para outro. O importante é que estamos
trabalhando para que isto aconteça.
Ev- Me
pediram para cobrar do prefeito o banheiro para deficientes físicos na praça
Getúlio Vargas?
Tureck – o CONDE vem cobrando bastante, mas o grande problema
é a questão financeira. Estamos fazendo um trabalho na questão de
acessibilidade, até aquela vez fomos juntos na Imigrantes onde já existe acessibilidade
na pista de caminhada. Estamos construindo uma Capela Mortuária no Lençol, onde
as instalações já contam com todas as condições de acessibilidade. Estamos
fazendo um trabalho nos pontos de ônibus. No Terminal Urbano de passageiros em
parceria com a concessionária que administra a
lanchonete fazendo toda a adaptação com pisos táteis, espaços para cadeirantes
e na sequência dentro do planejamento fazer a adequação da Prefeitura e do
banheiro da Praça. É mais uma questão orçamentária do que de vontade.
EV – Porque continuam obras de asfalto onde não
existe rede de esgoto e também os proprietários não fazem a sua parte que são
as calçadas para pedestres e tornar obrigatório a ligação do esgoto. Isso não
deveria ser obrigatório através de lei?
Tureck – Vamos por parte então. As vias onde fizemos asfalto
e que havia condições técnicas para implantação de esgoto foi feito. Seja
através do esgoto já funcionando ou através de uma rede coletora, rede seca
como o pessoal chama. Por exemplo lá na 25, onde foi feita uma pavimentação
comunitária, antes foi colocada a rede de esgoto, na rua Ipê também. Existem
vias onde tecnicamente é inviável pelo declives dos terrenos onde as casas
estão abaixo do nível da rua, seja porque não foi definido para onde será o
caimento devido a rua subir, descer e subir novamente o que exigiria várias
elevatórias e bombeamento. Estão sendo estudadas soluções para estas situações.
Calçadas e uma prioridade e que estamos cobrando dos moradores. Inclusive agora
estão sendo notificados os proprietários e que já está surtindo resultado. Não
serão as lombadas que irão dar segurança, mas sim as calçadas além do aspecto
visual e de embelezamento.
Ev- O que
esperar desta administração até o final do ano?
Tureck - Temos ainda
vários projetos, várias ações que estão em andamento. Por exemplo a
pavimentação da Augusto Wunderwald que
está sendo feito todo o reforço na base das áreas mais afetadas, para na
sequência fazer um recapeamento completo desde as proximidades do Lojão Topa
Tudo até o trevo da Centenário. É uma obra emblemática, serão aplicados mais de
R$1,7 milhões. Estamos concluindo também as obras da nova creche no Bairro Progresso,
serão mais 90 vagas. Fora isso também tem a questão da saúde onde estamos
construindo um Posto de Saúde no bairro Cruzeiro, e também estamos iniciando na
próxima semana a construção de um CRAS na Vila União.
Ev – E a obra
do novo terminal urbano e Posto de
Atendimento central?
Tureck – Esta é outra obra bastante emblemática mas que visa
dar mais qualidade no atendimento a saúde, fazer um atendimento realmente mais
humanizado. Colocar num único local todos os consultórios de especialidades, de
exames de endoscopia, eletrocardiograma, ultrassom e também num segundo momento
os consultórios de psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, ter
realmente um centro integrado onde o munícipe encontre num único local todo o
atendimento que ele precisa para a saúde. Já conseguimos um financiamento de R$
2 milhões junto ao BRDE, e estamos apenas aguardando a aprovação da Câmara de Vereadores
para contratação, lançar a licitação e iniciar a obra. Pela questão eleitoral,
obra que não iniciar até o dia 02 de julho, só depois das eleições.
Independente disso temos que continuar correndo atrás da aprovação pelos
vereadores para que possamos num prazo curto iniciar a obra. O projeto foi todo
feito em parceria com a Amunesc. Com isso vamos substituir o prédio da antiga
Cruz Vermelha e o do INSS. Isso a médio prazo se paga pela aluguel que não
teremos mais.
Ev- O que o prefeito
Tureck queria fazer, que não fez?
Tureck – Todo prefeito que assume quer fazer o maior número
de pavimentações possível. Também queríamos
ter pavimentado mais vias, ter tido mais realizações de pavimentação.
Comparando nossa gestão com outras, tivemos muito sucesso na pavimentação.
Ev- E o tão
falado novo acesso?
Tureck - Na verdade é bom esclarecer isto. Foi uma coisa que
já começou torta. Torta porque quando foram pegar o licenciamento Ambiental,
dividiram o projeto em três partes, para poder se esquivar de um estudo maior
chamado de RIMA. Tanto é que lá em 2014
quando a FATMA veio vistoriar in-loco eles fizeram no próprio relatório
deles observações que várias nascentes, córregos e alguns tipos de vegetação
foram propositalmente omitidas no estudo inicial para fugir da RIMA. Houve este
tipo de situação que fez com que todo
licenciamento Ambiental fosse atrasado,
retardado. Estamos correndo atrás seguindo as orientações da FATMA. Eles pediram
primeiro que elaborássemos um termo de referência que deverá ser aprovado pelo
colegiado da FATMA, para na sequência contratarmos uma empresa especializada para efetuar novo
estudo. Este estudo de engenharia leva mais de um ano para ficar pronto. Mesmo
você tendo este estudo não há garantia que será liberado. Este estudo completo
de vegetação, flora, fauna, estações
climáticas, o que impacta na localidade para depois definirem se será liberado
ou não. Estamos na fase de contratação desta empresa para fazer o estudo.
Ev-
Pré-candidato a reeleição, como estão as coligações e o senhor continua com seu
vice atual?
Tureck – Temos conversado com vários partidos, PCdoB, PSD,
PV, PR para tentarmos ampliar a base de apoio para disputarmos a eleição com uma grande chance de vencer. Iremos
mostrar todas as nossas realizações nestes quatro anos. A questão de quem vai ser vice ou não a ideia é
conversar com todos os partidos aliados para desse grupo sair o nome. Pode até
sair uma chapa pura, vai depender das conversas.
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