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Descasamento - Festa do divórcio

Viviane Bevilacqua

Festa de Descasamento, um novo rito de passagem

16/10/2016- 15h00min
  -  Atualizada em 16/10/2016- 15h09min
Festa de Descasamento, um novo rito de passagem /
Uma amiga está passando uma temporada nos Estados Unidos, e conta que no último final de semana, pela primeira vez, foi a uma Festa de Divórcio. Um evento que está ficando cada dia mais comum por aquelas bandas. E sofisticado também. Tem bolo, docinhos e muito champanhe para comemorar o fim da união ou, como eles preferem chamar, o começo de uma nova vida de solteiro.

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Segundo o livro Viagens sem Gafe, de Mark MacCrum, os Estados Unidos são o segundo país com o mais alto índice de divórcios do planeta, perdendo apenas para a paradisíaca ilha de Aruba, no Caribe. Paradoxalmente, um dos locais mais cobiçados pelos casais em lua de mel. A tal Ilha do Amor, pelo jeito, só é romântica mesmo para os estrangeiros.
As empesas americanas que oferecem festas personalizadas de divórcio estão ganhando rios de dinheiro, conta esta amiga, que ainda estranha a novidade. Na decoração, de gosto bem duvidoso, são oferecidos desde falsos grilhões (bolas de ferro com correntes) de plástico a bonecos infláveis, além de casais de noivos de biscuit, cerâmica ou plástico representando momentos de brigas do casal para enfeitar o topo do bolo. A festa de descasamento está se transformando em um novo rito de passagem para os americanos, algo parecido com uma festa dos 15 anos ou as Bodas de Prata. Assim que chegou ao local do evento, minha amiga recebeu da hostess um par de chinelos onde se lia Livre para voar e, na saída, levou de lembrança um balão prateado com os dizeres Enfim, feliz. Em inglês, claro. 
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Uma breve pesquisada na internet e a constatação óbvia: Esta febre já chegou por aqui, eu é que não sabia. Como de praxe, copiamos o que eles fazem, e achamos o máximo. No Rio e São Paulo as festas de descasamento estão se tornando comuns. Me desculpem os moderninhos e descolados, mas não consigo ver sentido em festejar uma separação. Você pode, sim, ficar aliviado quando uma relação ruim chega ao fim. Permanecer preso a alguém sem vontade, sem amor, deve ser horrível mesmo, e não há dúvida de que muitas vezes a melhor solução é cada um seguir sua vida e tentar ser feliz. Mas daí a fazer uma festa, chamar convidados, encomendar bolos, docinhos e brindar com champanhe já é um pouco demais.Conheço muita gente que vive bem mais feliz após a separação, mas acredito que todo o final de relação traga um pouco de sofrimento e frustração. Afinal, ao casar a vontade é de que a união dure para sempre. Cria-se um projeto de vida a dois. Se não acontecer assim, paciência, coisas da vida. Mas daí a comemorar, como se o divórcio fosse a coisa mais bacana do mundo, há uma grande diferença

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