Inversão de valores

Estamos vivendo tempos de inversão de valores, de ansiedade por visibilidade a qualquer preço, de falta de limites. Sei que vou tocar numa ferida, mas quero antes de tudo e pelo que já escrevi em artigos anteriores deixar bem claro uma coisa: não estamos a fim de agradar nem desagradar ninguém. Não queremos ferir suscetibilidades. Os tempos são de exposição, de aparecer e todo mortal sente essa necessidade de afirmação. Só que tudo tem um preço. Quem se expõe está sujeito a opiniões, assim como nós que escrevemos – e nem todos são obrigados a concordar. Às vezes não é nem a valorização nem o reconhecimento do “ídolo”, mas sim a necessidade de posar ao seu lado, de poder exibi-lo como um troféu. Lamento que nosso representante no BBB tenha sido desclassificado e principalmente da forma como o foi, quase que escorraçado pelo mau caráter do Bial. Nunca vi tamanha deselegância em mandar alguém para fora de casa, mas afinal faz parte do jogo, embora não concorde com os argumentos. Isto posto, agora vem a parte que sei que alguns não irão gostar, mas estamos na nossa função. Não aprovei caminhão do Corpo de Bombeiros conduzindo Emanuel como se fosse um herói e tivesse conquistado algo de tamanho valor para si e para a cidade. Recebê-lo, paparicá-lo, fazer tietagem, isso é próprio para adolescentes e seu fã clube particular. Afinal, qual foi a conquista? Qual o prêmio? O que a cidade ganhou? Estamos invertendo os valores. Quando ele conquistou medalhas na natação e provou seu valor através do esporte sadio e salutar, quantos foram tirar fotografias ao seu lado? Qual foi a recepção que lhe foi oferecida? Estas pessoas não estão valorizando Emanuel. Estão, como já disse, procurando a sua afirmação, a sua exposição e exibição. Elas não irão mostrar as fotos dizendo “Ooha só o Emanuel” mas sim “Olha eu ao lado do Emanuel”. Emanuel é uma promessa? É. Mas precisa ele mesmo se definir o que ainda quer ser. Artista, modelo, cantor? Qual for a sua decisão precisará ainda de muito trato, muito estudo, muito preparo. Temos o direito de questionar, pois se expôs publicamente e agora será assim julgado. Qual o exemplo positivo dado para sua geração? Estamos ajudando a construir ídolos de barro e estes mesmo construtores serão os mesmos a criticá-lo no seu primeiro deslize. Portanto, nem tanto ao céu, nem tanto à terra. Vamos torcer para que Emanuel cresça, que se torne um profissional de destaque, que seja um modelo de homem e um homem modelo. Mas o sucesso é traiçoeiro e às vezes se desfaz como uma nuvem passageira. Os valores precisam ser realmente valorizados. Quantos de nossos jovens conquistaram os primeiros lugares em vestibulares, em conclusão de cursos superiores. Formaram-se e embora as oportunidades oferecidas voltaram para cá pelo compromisso que têm com a cidade. Quantos foram recebidos com fogos e caminhão de Bombeiros? Não estaríamos nós sendo injustos? Invertendo valores?

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