Durou pouco

Sonho, fantasia, tsunami, terremoto, ciclone, raio. Talvez até o próprio Flávio ainda não se tenha dado conta do que o impulsionou, em apenas alguns momentos se lançar candidato a deputado federal. Sua candidatura nascida em apenas um lapso de tempo e logo após anunciada em coletiva, já uma condicionante. Teve vida curta. Durou pouco. Assim como nasceu, morreu. Teria sido um parto prematuro? Quem sabe. Em um jantar que ele próprio organizou e foi o assador, se deu a gestação e o anúncio da candidatura. Pode ser até que lhe tivesse passado pela cabeça lançar-se para deputado estadual. Com a oportunidade e a velocidade que as coisas aconteceram em um giro de 360 graus vislumbrou o vazio que seria deixado por Mauro Mariani. Uns cutucões daqui, outras influências dali. O famoso vai, é agora ou nunca. Pega a coroa antes que outro a ponha na cabeça. Afinal a tentação foi grande e como tudo foi feito as pressas e não poderia ser diferente o momento era de ocupar o espaço, de decidir, de tornar público, de espalhar a notícia. O planejamento, as parcerias, a estratégia, isso tudo poderia ficar para um segundo passo. A ocasião era única e exigia audácia, coragem, determinação, arrojo, predicados que aos jovens não faltam. Flávio foi assim, inflamou-se e assumiu desde o momento uma postura de candidato. Como escrevi em outro artigo achava que ele iria repousar a cabeça num travesseiro, o grande conselheiro das noites, conversar com algum familiar e como nos grandes porres, ao acordar no dia seguinte com dor de cabeça e como quem desperta com uma grande ressaca, jura, promete e até assina em baixo que nunca mais irá beber. Ele não teve tempo, pois o tempo era curto e a decisão precisava ser tomada. São assim os grandes porres. São assim os grandes sonhos. E, sonhar não é proibido. Aliás, quem não sonha não realiza. Os mais velhos, os mais vividos talvez sonhem menos, pois até o sono lhes é mais curto. O que não se pode proibir é que os mais jovens, ainda com todo o tesão de fazer, de ocupar espaços, de assumir posições, o façam. Criticá-lo agora fica mais fácil. Dizer eu sabia que isso não ia dar certo. Era muita pretensão. Não tinha cacife. Foi muito presunçoso. Pode ser de tudo um pouco. Mas, é também coisa de profeta do apocalipse, de bruxo, de derrotista, daqueles que como parasitas tentam apenas pegar carona, como carrapatos que se grudam no pelo daqueles que o podem levar um pouco mais longe sem fazer esforço, sem se comprometer. Mas, quem não arrisca, não petisca. E só aos covardes é dado o direito de não fazê-lo. Aqueles para quem o sucesso não depende de si mesmo. Valeu Flávio. Pelo menos já sabemos que temos um jóquei e se o cavalo novamente passar encilhado, teremos quem irá montá-lo e não precisaremos nenhum profissional de aluguel. Também você já ficou conhecendo com quem poderá contar e em quem poderá confiar. Sua carreira política ainda não completou dois anos e você já pode avaliar que não bastam apenas os tapinhas nas costas. De resto, cabeça erguida e ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar...

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