Amadurecimento

É interessante que sempre ouvimos que na política precisa ter renovação. Nossas esperanças no jovem são sempre mais fortes. Também é verdade que o amadurecimento começa com a fruta verde. Por outro lado quando se colhe uma fruta ainda verde e se apressa seu amadurecimento, podemos estar contrariando a natureza. Poderá ficar azeda. Suas fibras não ficaram bem consistentes. E ainda mais, como prega o Silvio Santos, quem tem pressa come cru e quente. Escrevo isto para fazer uma comparação com o vice-prefeito Flávio Schuhmacher. Jovem, inexperiente em política, uma grande esperança. Mas como tudo que é prematuro, precisa amadurecer. Ainda não ganhou nada e por isso mesmo não há razão para se achar o último gomo da tangerina. Seu nome sequer constou da urna eletrônica na eleição para prefeito, a primeira que disputou. Portanto, seu potencial ainda não pode ser avaliado. Teve um raio de luz e como o cavalo passou encilhado, tentou montar, lançando-se candidato a deputado federal no vácuo de Mauro Mariani. Foi bastante e um alerta para medir sua densidade eleitoral. O projeto não decolou e já pode provar e sentir que os caminhos não são tão fáceis de ser trilhados. O fato de coordenar a campanha eleitoral na região que deu vitória a Raimundo Colombo não pode ser desprezado, mas também nem tanto contabilizado. Nesta eleição o eleitor foi induzido pela militância do PMDB. Luiz Henrique, hábil articulador, sabia de antemão que não adiantaria o PMDB lançar candidato próprio na tentativa de alcançar o terceiro mandato. Apoiou Colombo, elegeu Pinho Moreira vice – e garantiu secretarias estratégicas para o PMDB. Ele próprio não ultrapassou a barreira dos 2 milhões de votos com que sonhava. Também, Mauro, que não é bobo nem nada, viu que as uvas ainda não estavam bem maduras e se arquitetou, sabiamente. Só prorrogou seu sonho e saiu consagrado das urnas como deputado federal mais votado da história de Santa Catarina. Isto posto, quero fazer uma recomendação ao jovem Flávio. Não fica bem para um político chegar em uma festa de aniversário onde dezenas de amigos do aniversariante – este sim, muito hábil e agregador – e ficar distribuindo adesivos. Justamente quando o aniversariante, que não faz distinção entre partidários, já foi presidente do PMDB, é militante de carteirinha e o vice da candidata contrária é o presidente nacional do PMDB. Isto serve de alerta: em política nem sempre vale tudo. Há que se conquistar e respeitar. Isto é uma habilidade. Você também pode até não gostar deste artigo, mas, como dizia Ruy Barbosa, “a política é a arte de engolir sapos”. Côach, côach!!!

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