Em marcha!



Se você está lendo este texto, é porque realmente o mundo não acabou e a previsão dos Maias falhou. Mas como estamos em vésperas de Natal, da data em que se comemora o nascimento de Cristo, talvez possamos aproveitar a nova oportunidade que nos foi dada e iniciarmos um mundo novo. Depende de nós. Hoje o maior perigo para a humanidade é o cientista alienado, o político alienado, o educador, o aluno, o profissional alienado, o consumidor, o cidadão, o escritor, o ser humano alienado. Uma alienação que põe em risco o próprio projeto civilizatório. Tempos confusos estes em que nos coube viver. Dias desleais, de fria indiferença diante do essencial.  A chama da bondade, da fraternidade e da compaixão, tão trêmula, vacilante e fraca, a passar a impressão de que a qualquer momento pode se apagar. Os paradigmas do passado já não atendem os graves desafios que encontramos pela frente. Toda evidência que nos cerca, a ignorância existencial que se alastra, todas as crises que se espalham por todos os cantos da Terra. Em que curva da estrada foi que perdemos nosso rumo? O mundo contemporâneo atravessa uma de suas mais graves crises - na crise de demolição caracterizada pelo desmoronar de velhos padrões e certezas. Nestes tempos de vidraças quebradas e flores partidas, haverá tarefa mais urgente do que reconduzir os passos em direção à senda que conduz à plenitude esquecida? Da mesma forma que a religião sem ciência nos conduziu à degradação no passado, na atualidade a ciência sem religião está nos levando à autodestruição. A ciência tem um caminho próprio que é o analítico. A religião, um caminho próprio que é o sintético. Um não precisa do outro. Mas, como afirmou Fritjof Capra: “O ser humano precisa de ambos”. Ciência e Religião. São as duas pernas que o ser humano necessita para empreender sua jornada com o coração. São tempos existencialmente duros estes que nos coube vivenciar. O momento que vivemos encontra-se na seguinte metáfora: “A lagarta já morreu e a borboleta ainda não nasceu”. O velho mundo já não mais existe, já foi ultrapassado, esfarela-se a olhos vistos, e novo mundo ainda não surgiu, espera por nascer. É sem dúvida um tempo decisivo, de desafios sem precedentes que ombreamos – todos nós, a quem coube vivenciar estes tempos de transição, de passagem para uma nova época. “A lagarta já morreu e a borboleta ainda não nasceu”. O resgate necessário, a transcendência da espiritualidade, da arte, da poesia. Possa a citação a seguir, que finaliza esta mensagem, servir de inspiração e alerta para todos aqueles atentos aos desafios e oportunidades dos nossos dias: “Na escuridão da noite planetária que atravessamos, no pressentimento de uma manhã ensolarada e de um oásis secreto a nos aguardar e redimir no tempo justo, nossa tarefa é a de seguir adiante”... “Peregrinar sempre, repousar no orvalho da pausa, despertar no instante, ser agente de um cuidado integral e sorrir para o Grande Mistério da Vida”. Em marcha!!! (Roberto Crema)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Europa Brasileira

Pedradas do PedroKA -

Pedradas do Pedroka -