Turismo sem amadorismo


Já escrevi algumas vezes que não se deve confundir turismo rural, com galinha ciscando no quintal. Houve uma época que começaram misturar as coisas em São Bento do Sul e todo proprietário rural viu nas chances de financiamentos fáceis a oportunidade de transformar lugares sem a mínima infraestrutura em “pousadas” e semelhantes, pensando que todo turista é bobinho. Lugares que sequer uma caipirinha sabiam fazer. Acabou a febre. Lembro que também escrevi que o maior propagandista do turismo é o morador da cidade. Ele precisa participar, se envolver, gostar do que vê, do que frequenta, conhecer. Ninguém é melhor referência que frentista de posto de gasolina, garçom, guarda de trânsito e até gari. Precisam ser capacitados, receber informações e conhecer o que temos. Também as pessoas que ocupam cargos públicos nestas áreas, ter um mínimo de conhecimento, profissionalismo, preparo, visão, gosto pela coisa, saber ouvir. Se as pessoas da cidade não gostam do que estão vendo, jamais irão elogiar e isso só afastará os possíveis visitantes. Também chega de querermos ficar copiando. Não temos vocação. São Bento do Sul não é nem nunca vai ser Gramado ou Canela. Não temos um Plano Diretor que privilegie ações turísticas. Vamos ter um mirante para admirar a neblina? Um dos pontos mais belos que é o morro da Igreja é visto na contramão por quem dirige. Uma das maiores aberrações e que ninguém tem solução. As cachoeiras são apenas domínio nosso e só servem para esportes radicais. Não para aquele turista que gasta, se hospeda. Tudo que fazemos agora já ultrapassou também a síndrome dos 20 mil visitantes. Mania de grandeza, só nas avaliações, pois nem sempre os resultados são os esperados. Nosso cantado turismo industrial não passou de projeto. De cidade da música e do folclore, apenas a propaganda enganosa. Temos que ser mais humildes, perder a mania de grandeza, profissionalizar, agir com a razão e não apenas com a emoção. Estamos tão pertos de Faculdades de Turismo e seria tão fácil contratar estagiários para ao menos clarearem nossas ideias.  O único evento que ainda dá certo é a Schlachtfest, mas graças a ações e iniciativas particulares. Já se falou em Festival de Cinema, Música, soltar pipas. Vamos criar o festival da promessa e da mentira e convidar alguns políticos para padrinhos. Talvez de certo. Parece que temos também um Conselho de Turismo altamente profissionalizado e capacitado. Então vamos mostrar serviço gente. Chega de pagar mico de não ter capacidade sequer para fazer alguma coisa criativa em termos de Natal. O tema é inesgotável e a data não pode existir mais sugestiva. Um só tema, um só local, mas que realmente alegre, chame a atenção desperte o espírito e anime a população. O que vier depois é lucro.

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