Mariani, sobre apoiar Colombo e o PP: "só se me matarem, queimarem e levarem minhas cinzas para o palanque"


Mariani, sobre apoiar Colombo e o PP: "só se me matarem, queimarem e levarem minhas cinzas para o palanque"


Entrevista concedida a Larissa Guerra, do AN.
A Notícia — Terminada a pré-convenção, o senhor já parou para refletir sobre o resultado de sábado? Como o senhor avalia a vitória da aliança com o governador?
Mauro Mariani —
 Isto já está pensado há muito tempo. Enquanto o sistema de votação do PMDB for apenas pelos delegados, quem está no poder sempre vai vencer. É impossível vencer a máquina política administrativa que está instalada dentro do partido. O resultado não reflete nem de perto o desejo da militância. É um resultado numérico que reflete o poder da máquina, o poder político, para manter um status quo.
AN — O senhor já chegou a conversar com alguma das lideranças que defendia a aliança com o governador após a pré-convenção?
Mariani —
 Não. Eu fui cuidar das minhas filhas, das minhas trigêmeas. Passei o domingo curtindo minhas meninas. Estou bem tranquilo. As pessoas que estiveram comigo, o nosso grupo, deram vazão ao sentimento da base partidária. E nós fizémos aquilo que a base queria que nós fizéssemos. Agora, quem venceu não levou. Isto está claro e é óbvio. As manifestações nas redes sociais mostram isto. Os diretórios que levaram a decisão a voto mostram isto. Em todos eles, a candidatura própria venceu com imensa maioria. Todo mundo é inteligente para saber que ganhou, mas não levou. É um problema, agora eles terão que administrar essa situação. Como é que eles vão fazer para ter que admitir o PP na chapa? Isso é público. O PP estará na chapa. E eles andaram pelo Estado dizendo que não. Mas daqui alguns dias eles vão arrumar uma desculpa e vão ter que admitir (o PP).Eu não vou quebrar minha coerência. Eu simplesmente dei vazão a este sentimento que ainda está na base.
AN — O senhor já pensou como será seu posicionamento durante a campanha? Pretende ir para o palanque com a coligação?
Mariani —
 É muito cedo ainda. Vamos pensar, vamos reunir o pessoal que nos apoiou. Vamos deixar esfriar um pouco as coisas. Mas tem que ouvir o que o partido vai querer fazer. O partido de verdade, não isso aí. Temos 60 dias ainda para que o quadro realmente se defina. A pré-convenção foi só uma sinalização. A convenção em 30 de junho é que é para valer. Aí nós vamos ver como estará a coligação, como estarão os outros, se tem alguma candidatura que represente uma quebra deste paradigma político que está inserido em SC. Mas a minha decisão não será isolada, de forma alguma. Até porque eu não tenho mais este direito. Agora eu passo a representar este sentimento partidário. Qualquer passo que eu tomar tem que representar a maioria do PMDB.
AN — Mas o senhor cogita subir ao palanque com o governador Raimundo Colombo e com o PP de Joares Ponticelli?
Mariani —
 Só se me matarem, queimarem e levarem minhas cinzas para o palanque. Acho improvável.
AN — O senhor fala do sistema de votação, mas o senhor vê alguma maneira de mudar isto?
Mariani —
 Eu vou propor, mas eles nunca vão topar. Para eles está bom assim. Está perfeito para ele (o vice-governador Eduardo Pinho Moreira). O Eduardo ganhou há quatro anos mentindo para todo mundo dizendo que seria candidato ao governo. Foi de vice do Colombo. Eu teria vergonha de sair de casa se fizesse uma coisa dessas. Ele andou o Estado inteiro fazendo uma pregação e depois fez o contrário. Dois anos depois ele se candidatou presidente do partido e se elegeu presidente do partido. E agora eles pregam que o partido tinha que ser vice. E ganharam. Não tem o que fazer. Enquanto o jogo for decidido somente pelos delegados, não há o que fazer. Todos os nossos resultados dão em torno de 40%. Não vai ter como mudar isso. Eles ficam com os 55%, 60% dos votos porque têm os cargos do governo. E tem os prefeitos, mas eu não condeno os prefeitos. Eles estão lá, coitados, no interior, quebrados, com dificuldades de caixa. Aí os caras chegam e dizem que vão liberar dinheiro e o prefeito quer salvar a pele dele. Seria querer demais que o prefeito fizesse um sacrifício em nome do partido. Cada um quer defender o seu lado.
AN — E com relação ao seu futuro político? O senhor é pré-candidato a deputado federal, mas cogita, no futuro, deixar o PMDB?
Mariani —
 Não, eu vou é mudar o PMDB por dentro. Eu vou ficar porque o PMDB de verdade não é este que está aí. O PMDB de verdade é formado por 180 mil pessoas. Vou ficar dentro do PMDB e esta é minha luta e vou lutar para muda-lo por dentro. Se não eu seria um derrotado, eu estaria fugindo desta luta.

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