Livre manifestação - Tristeza e decepção

 

Realmente, vivemos e cultuamos uma inversão de valores. Nada contra as manifestações culturais e que em nome da alegria tragam a paz e a união entre os povos. Agora, o que não dá é para querer ser mais autêntico que os criadores, fanatismo e substituir o verde amarelo em plena semana da Pátria pelas cores de outros países.  Trocar o civismo da nossa Independência pela dependência econômica e cultural de outro país que a maioria sequer conhece. Apenas segue a caravana. Se troca o desfile cívico pelo desfile alegórico, animado pela apologia da bebida. O nosso orgulho de ser brasileiro tem data e prazo. A Copa do Mundo de Futebol. Um orgulho com prazo de validade.  Em outras oportunidades já escrevemos e tornamos a fazê-lo. A maioria das vitrines das lojas não é verde e amarelo. Neste ponto parabéns aos administradores do shopping Zipperer que sem deixar de entrar no clima da festa, priorizaram as nossas cores, lembrando que acima de tudo somos uma Pátria. Aqui vivemos, aqui ganhamos o nosso pão e quem não gosta tem o livre arbítrio de mudar. Não podemos ficar anestesiados nem contaminados pelos nossos governantes pois eles são produtos nossos. Nos governam e estão no poder porque fomos nós que os colocamos lá.  A manifestação de uma mãe através do facebook, serviu nesta semana para mostrar a indignação de quem ainda tem orgulho de ser brasileiro. Me fez voltar no tempo e lembrar dos ensaios da banda, do orgulho em conseguir uma vaga para carregar a Bandeira, do passo certo, do peito estufado, do sapato engraxado e polido, do uniforme tinindo,  do rosto queimado pelo sol,  as meninas com suas saias plissadas e cabelo arrumado, das balizas na frente das bandas,  e o orgulho de ser brasileiro ao passar e ser aplaudido pelas calçadas cheias de pais mostrando seus filhos. E, não tinha máquina digital nem celular para registrar. Hoje o que se vê principalmente aqui na nossa querida terrinha é a preferência pelo traje típico disputado nas lojas e um querendo ser mais autêntico e chique que o outro. O uniforme escolar tem que ser dado pelo Município. As escolas não consultavam os pais e quem não participava era punido com falta. Depois virou prêmio com nota para os preguiçosos para que comparecessem.  Já se trocava patriotismo por favor, negociata.  Educação moral e cívica, cantar hino não nos pertence mais. Infelizmente uma grande parte deste pais e daquela turma que quer a ditadura de volta, que fala mal dos governantes, para quem o Brasil não presta, a não ser para ganhar dinheiro. Um bando de hipócritas que permite que os filhos estejam sempre onde eles não saibam. Agora? Ah! Uma noitada de balada é muito mais interessante. Também desfile sem bebida não tem graça. Participo e comungo do desapontamento da mãe que escreveu: “Hoje, fui tomada de grande tristeza, quando recebi o bilhetinho na agenda da Sophia, dizendo que não havia adesão mínima para o Bom Jesus desfilar no 7 de setembro. E o que veremos será um desfile cheio na SCHLACHTFEST. Celebração viva que acontecerá em um território fantástico, que não mereceu nem a mais ínfima manifestação de gratidão. Não sou mais brasileira que nenhum habitante de São Bento do Sul. E, com todo o respeito que a cultura alemã merece, quero lembrar que o Brasil foi e é um palco generoso para que circulem as mais diversas manifestações, dos mais diversos povos. Odeio o governo como está. Meus governantes não me representam, mas, a formação da sociedade do AMANHÃ está nas mãos dos pais de hoje. Ensinar a amar e a pensar é a melhor herança para um Brasil melhor.Afinal governo não é Pátria. Pátria somos nós”. Apenas uma lembrança para esta mãe que conheço e sei ser nova na cidade. A culpa não é dos colégios, a maioria dos pais não adere ao desfile de 7 de setembro e 23, comemorativo ao aniversário do município porque quer viajar e curtir a praia. Afinal também não rende tanta exposição quanto ao alegórico, que agora até o tradicional e autêntico traje típico ficou moderno, com saias com  aberturas e acima do joelho. Chique né.