Pensando nos jovens

Pedro Alberto Skiba- Alvi cadeira 32
Dias passados escrevi um artigo denominado O QUE QUEREMOS, SE É QUE QUEREMOS. Uma pequena reflexão sobre o futuro de São Bento do Sul, ações e iniciativas. Hoje quero abordar um aspecto que tem me chamado a atenção. Vejo diariamente grupos de jovens, piercings, bonés virados e outras características que os distinguem dos demais e os torna todos iguais. Skate embaixo do braço,  fones de ouvido e celular na mão. Zanzam pra lá e para cá numa clara demonstração de que não tem nada para fazer. Então o que resta senão chamar a atenção de quem passa para poderem ser notados. São uns zeros a esquerda e considerados a primeira vista como vagabundos, malacos por quem julga pela indumentária e aparência. Muito bem o que queremos destes jovens? A cidade envelhece e não lhes oferece nenhuma opção de laser, de recreação, esporte ou atividade cultural. Não temos sequer um cinema. Uma písta de skate embora tenha sido promessa de várias gestões. Uma quadra poliesportiva em praça pública. Um espaço cultural com atividades. Resta a escadaria da Matriz para queimar um baseado. Os cantos escuros e os bancos do shopping para os amassos.

Muito se fala da geração Y. São ansiosos, ambiciosos, desfocados... Mas, será que esses não são adjetivos que caracterizam os jovens de diferentes épocas? Se você faz parte da geração X, sabe que ela também era definida de uma maneira bem parecida. Pois ser jovem é ser um tanto ansioso e ambicioso. É não ter muitas experiências e ainda assim querer conquistar o mundo rapidinho.
O mundo é cíclico. Toda vez que surge uma nova geração, aquele velho disco arranhado começa a tocar: e agora, o que será do futuro com os jovens de hoje em dia? “Todos os jovens, em determinado momento, ganham a maturidade necessária para seguir em frente”, explica Sidnei Oliveira, autor do livro Geração Y.
O grande problema é que, ao contrário dos pais, o mercado de trabalho não tem tempo e nem disposição para esperar a maturidade chegar. Mais do que isso: muitas vezes, os gestores não estão preparados para lidar com essas diferenças de gerações. Quando isso acontece, é sempre mais fácil chamá-los de descomprometidos, arrogantes ou preguiçosos. Mas não é bem assim. 
A cada dia notamos menos oportunidades, mais exigências, mas não podemos esquecer que jovens, são jovens e nós também fomos. Também erramos, também aprontamos. Só que na nossa época,  para os hoje idosos como eu, era tudo muito diferente. Jogávamos bolinha de gude no meio da rua. Futebol era com  bola de meia, Skate era carrinho de rolamento. Banho era pelado no rio. Tínhamos que ser criativos pois nem televisão existia para nos ensinar algo. Rádio era com bateria carregada em roda d'água. Tínhamos vergonha de estender a mão e cumprimentar alguém. Mas éramos jovens e como tal vivíamos. Os atuais também não podem ser tão cobrados. Temos que lhes oferecer oportunidades, coisas para fazer e não exigir só trabalho. É uma fase da vida que deve ser vivida e com intensidade, pois o tempo passa e as responsabilidades serão cobradas, ninguém perdoa. Tirá-los da ociosidade, só com oportunidades e responsabilidade. Vamos dar aos jovens o que é dos jovens.
como canta Oswaldo Montenegro;
Se alguém vier com papo perigoso de dizer que é preciso paciência pra viver.
Que andando ali quieto
Comportado, limitado
Só coitado, você não vai se perder
Que manso imitando uma boiada, você vai boca fechada pro curral sem merecer
Que Deus só manda ajuda a quem se ferra, e quando o guarda-chuva emperra certamente vai chover.
Se joga na primeira ousadia, que tá pra nascer o dia do futuro que te adora.

E bota o microfone na lapela, olha pra vida e diz pra ela.
E, não esqueça meu jovem? Quando lhe perguntarem o que você espera do futuro?, responda com outra pergunta: Que futuro? O que vocês adultos estão deixando para nós? Uma cidade que não pensa em seus jovens também não saberá cuidar de seus velhos.


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