Pedradas do PedroKA - Tempo bom não volta mais...

                



                 Tempo bom. não volta mais...

                               (parte I)

...Saudades de tempos atrás. Ter o que recordar é realmente um tesouro, principalmente quando as recordações são boas. Lembro de meus primeiros anos de infância na pequena localidade de Santa Leocádia, distrito de Canoinhas. Uma pequena estação ferroviária. porém parada obrigatória para constantes cruzamentos entre as composições ferroviárias. Também eram carregados vagões com dormentes serrados às margens da própria ferrovia, feitos com esforços manuais através de serras traçadeiras. Uma homem em cima da tora e outro em baixo engolindo serragem. O revezamento era obrigatório pelas circunstâncias do trabalho. Morávamos na própria estação, sem água encanada nem luz elétrica. Era na base da lanterna e do lampião a querosene, Privada nos fundos do quintal, banho de bacia, chuveiro de tambor pendurado no teto ou no Iguaçu mesmo. Mas, em contra partida era a única casa na região com comunicação com o resto do mundo.Telégrafo e seletivo (telefone).

Meu primeiro ano de escola primária, sem jardim de infância. Dormia no colo da professora dona Eulália, de quem na minha posse na Alvi - Academia de Letras do Vale do Iguaçu, tive a honra de receber como presente uma caneta Mont Blanc.

Nas manhãs, mesmo amassando geada um bornal com dois litros para buscar leite no sítio do compadre Oto. Além de tomar leite no pé da vaca, um dos litros era reservado para tomar na caminhada de volta. Também muitas manhãs com carrinho de mão ir buscar os cascudos fisgados por meu pai durante a noite e que eram na maioria enviados pelo trem para Mafra.

Não faltavam as brincadeiras, bola de meia, não esqueci a primeira de capotão que ganhei de meu padrinho tio Leônidas e a qual lustrava com sebo de boi para conservar. Arame e roda de chapa fogão. Banho de rio pelado. Pega pega  e de esconder era uma festa. Carrinho de madeira, as rodas eram de tampinha de garrafas e cavalo feito de cabo de vassoura. Bola de búrico. As travessuras ficavam por conta do capim amarrado  no caminho para Igreja e na confecção de judas e na caçada de passarinhos. Sem super heróis e com medo da bruxa e do lobisomem. As reuniões dos compadres e os casos de visagens e fantasmas. Rádio com bateria de carro e horário certo para ser ouvido. Quanta imaginação e criatividade.

(continua parte II)


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