OS MEUS SETE DE SETEMBROS

Banho tomado, cabelo penteado e  brilhando de glostora - essa nem o Google reconhece - sapato preto com brilho de  verniz, calça azul marinho frisada como navalha, camisa branca impecável, gravata preta, peito estufado pelo orgulho, face rosada pelo sol. Mais um 7 de setembro lá estávamos na avenida Manoel Ribas  embalados pela furiosa Banda do Colégio Tulio de França. Os ensaios nas ruas no período que antecedia a comemoração do Dia da Pátria eram rigorosos, fiscalizados e orientados  pelos inspetores de alunos senhora Lili e senhor Didi. Os professores de educação física Airton Pastuch nos orientavam a acertar o passo, a manter a cabeça erguida e sustentar o orgulho de ser brasileiro. Na época, década de 50 não se viam bandeiras de Israel e dos Estados Unidos. Os  brasileiros tinham orgulho de ser e não capachos e vira latas do Trump.

Oh! que saudades que tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais! (Casemiro de Abreu)

Agora ouso dizer: Pátria é berço de heróis e não terra de  cretinos, traidores. Agora a democracia tem a chance de responsabilizar quem tentou destruí-la.