De que valem as audiências para Impactos de vizinhança


Nesta semana participei de mais uma audiência de Impacto de Vizinhança de um empreendimento que ouso afirmar, intruso no meio residencial e que pretende ampliar suas instalações. |O que era uma fabriqueta em meio a residências, foi tomando corpo e onde não mais poderia existir uma indústria, se transformou na maior da cidade por manobra de pura politicagem. Passados alguns anos a proprietária uma multinacional resolveu encerrar suas atividades e foi embora. Os novos proprietários impedidos de novas atividades industriais passaram a explorar o ramo de logística, embora localizados no bairro cada vez mais urbanizado e habitado, onde  nem sequer boteco existe. Distante em linha reta do centro da cidade pode-se afirmar que cerca mil metros da Prefeitura Municipal, Câmara de Vereadores, Praça principal da cidade, maior sociedade esportiva e recreativa, Igreja Matriz, Cemitério Municipal, maiores supermercados e 5 dos maiores colégios da cidade, nem pode ser titulado como Bairro. Dito isto vamos aos fatos. A Empresa proprietária da área e que quer ampliar pretende elevar a altura de seus galpões em cerca de 20 metros e que por esta razão deverão causar problemas de vizinhança com relação a sol, ventos, visibilidade, além dos aspectos de fluxo de veículos, principalmente de carretas em vias que simplesmente não permitem sequer alterações. O que já é ruim poderá ficar péssimo. Interessante como estas audiências  que querem dar uma face de transparência, de visibilidade, de discussão, servem apenas para referendar o que já está decidido e projetado. Tudo já está decidido e é apenas para ouvir os gemidos. Simples assim. Os moradores são notificados das ampliações e que estas só trarão resultados positivos e progresso. Que não é mais permitido ser saudosista e querer conservar a casa que foi dos avós. Os tempos são outros. Que o progresso exige mudança de comportamentos. Que a empresa poderia por Lei aumentar a altitude de seus telhados em até  45 metros e que um edifício para moradores poderia chegar até 55 prejudicando mais. Ainda que um prédio agregaria cerca de 300 moradores enquanto as ampliações previstas no seu projeto irão aumentar apenas 95 pessoas, como se as pessoas fossem o grande mal da sociedade. Por outro lado enquanto moradores assinam ficha de presença e se identificam com cadastramento para fazer perguntas, os proprietários da Empresa sequer aparecem para cumprimentos. Apenas terceirizados e prepostos sem nenhum poder de decisão ficam de frente com os moradores. É um verdadeiro teatro para não dizer uma farsa. Nada vai mudar, as decisões já estão tomadas, o projeto pronto e o maquinário só esperando a ordem  para iniciar as obras. Os impactos ambientais vão existir,  a desvalorização dos imóveis vai acontecer e os incomodados que se  mudem. 

Por Pedro Alberto Skiba

CPF 103499879- (047) 99660-9995
 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Recall 2024

IMAGINE

ELEITOS FORAM DIPLOMADOS