Niilismo
Stenio Luz
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Tema pomposo dissecado por Sartre, o grande.
Mas é o que venho sentindo ultimamente
E a dormência contínua, será sua acompanhante?
Ou apenas uma antecipação de meu já pouco tempo.
Tento reagir, jogo xadrez, leio, faço ginástica
Nenhuma dessas coisas me traz qualquer alento
O comprimido noturno mesmo com pesadelos
Me dá uma trégua, e por isso eu o aguento
No início da noite o nada me bate em todo o corpo
E não tendo analista, então caço escrevendo
Num esforço bem maior que a produção, mas
Qualquer ganho é lucro, ainda que bem pouco.
É a forma de não ir ao sabor do vento amargo.
Vento que me entorta o corpo, esvazia a cabeça
Que me bambeia aonde vou, em cada passo
Que faz u'amarga revolução em meu estômago
Que me retira a vontade, coagula meu sangue
Coisa tão leve mas, sem vida breve, e ainda,
Que tem o poder de me deixar exangue.
À certas brisas é preferível a tempestade.
Março de 2013.
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