Capacidade medida pelo Quem Indica e a guerra pelos cargos

Impressionante a qualificação e capacitação dos indicados e a guerra das siglas partidárias pelas nomeações para ocupação dos cargos nos novos governos. Está realmente tudo globalizado. Em nível federal a farra é grande, o choro é livre, as barganhas e vergonhosas negociações, o vale tudo, ameaças de rompimento do que nunca esteve ligado são a moeda de troca pelos cargos para apadrinhados e protegidos. Aqui em Santa Catarina onde a mais estranha das coligações foi feita, todo mundo foi ao baile, pendurou a roupa no cabide, dançou, mas ficou perto da porta. Qualquer ronco diferente da sanfona já tinha gente pulando fora. Interessante que durante a campanha se prega moralidade administrativa, valorização profissional e capacitação para as pessoas exercerem os cargos. Contados os votos começa a estatística e as contas de quem vai levar mais. Até um novo termo já foi criado: “geografia das urnas”. São mesmo criativos estes nossos políticos, bem mais que os japoneses. A briga pela vagas para as mais diversas pastas não é medida pela quociente de inteligência, mas sim pelo famoso QI, quem indica. Quando esteve em Santa Catarina, o vitorioso prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, deixou uma opinião forte: a segurança pública é incompatível com a vinculação partidária. O novo secretário César Grubba, ao que se sabe, foi o que procurou maior blindagem para evitar indicações partidárias na escolha dos delegados regionais. Ainda assim, dos 30 delegados, 14 foram mantidos, vários com a marca do partidarismo.
O médico Dalmo Oliveira, secretário da Saúde, pediu tempo para levantar tudo sobre a realidade hospitalar. Está atarefado com pedidos e audiências de parlamentares, líderes e dirigentes partidários. Sugerindo ações para melhorar a saúde? Não! Indicando, sugerindo ou tentando impor nomes de afilhados para cargos comissionados.
Na Secretaria da Educação, o quadro é ainda mais preocupante, pela natureza do setor. O deputado Marco Tebaldi fez as primeiras nomeações e o berreiro foi ouvido até em Brasília. Correligionários e aliados só querem indicar comissionados.
Na Secretaria da Fazenda, área essencialmente técnica, o cabo de guerra divide líderes do DEM e do PMDB por indicações e pedidos de cargos. Competência profissional, experiência na área, capacidade técnica e prevalência do mérito? O mérito e o diploma são substituídos pelo passaporte partidário.
Houve um tempo em que as escolhas políticas recaíam apenas sobre os secretários. Eles tinham ampla liberdade para montar suas equipes, sem estas amarras partidárias. No meio desta corrida desenfreada, o governador Raimundo Colombo, que desejava um governo mais técnico.
O Estado é, grosso modo, uma grande empresa. Empresários que adotaram estes critérios para gerirem seus negócios, hoje estão totalmente falidos.
Vice-presidente Michel Temer prometeu ao deputado João Matos e ao senador Neuto De Conto empenho em garantir cargos para o PMDB catarinense. Paulo Afonso Vieira para a presidência da Eletrosul ou BRDE, Neuto De Conto para o BRDE, João Matos para a presidência do FNDE e Rivaldo Macari para posição no Ministério da Justiça são algumas das indicações. A teta realmente é grande e o que vale é ser amigo do rei. O ditado é velho mas não cai da moda: quem tem padrinho não morre pagão e na política isto significa, não ficar sem emprego.

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