Que esperanças podemos esperar?

As exigências do mercado de trabalho, a competitividade, a qualificação estão cada dia mais rigorosas e submetem as pessoas a verdadeiras batalhas para conseguir uma vaga. Iludem-se aqueles que se conformam e se acomodam com os anúncios que o Brasil gerou recordes de empregos com carteira assinada. Isto não é mentira. Mas que tipo de empregos? Com que salário? São na maioria praticamente os sub-empregos. Pessoas sem qualificação, mão de obra braçal. São cortadores de cana. Os famosos meia-colher, auxiliares de pedreiro, domésticas e diaristas. As vagas que exigem formação profissional, qualificação, experiência, estas estão sobrando. Os altos salários estão esperando por pessoas bem preparadas. Sinto pena de uma geração que usa a internet sem saber escrever. Que sabe enviar e-mails e repassar mensagens mas não é capaz de assimilar o conteúdo. Se você pedir para muitos estudantes de segundo grau lerem um texto, é um verdadeiro desastre. São raros os que o fazem com clareza e corretamente, chegam a chamar a atenção. São os diferentes, os CDFs. A maioria são leitores de porcarias e não perdem tempo em se informar, de saber o que está acontecendo no mundo e muito menos ao seu redor. Sabem dominar o celular, os joguinhos, orkut, faceboock, twiter, fazer dowloads de filmes e músicas, mas desconhecem os seus significados. E as músicas estrangeiras que emprenham seus ouvidos e perturbam os outros quando sequer sabem falar e escrever o português. Se deixam seduzir pelas letras e pelos ídolos do sertanejo que ainda apelidaram de universitários quando a maioria nunca passou em frente de uma faculdade. Ajudam a engordar as contas e criar ídolos de barro transformados em celebridades da noite para o dia e muitas vezes com apenas uma música. Que pena dos nossos legítimos caipiras aqueles que cantavam as músicas de raiz com o coração e não com a apelação. Reclamam do Enem, do Sisu e quando tiveram oportunidade de estudar ficaram perambulando pelas ruas e agora depois de adulto freqüentam o Ceja a maior aberração da educação em busca de um diploma de alfabetizados em poucos meses. Quantas cenas de candidatos a uma vaga na universidade e que diante da ficha de inscrição ainda não se decidiram pelo curso que querem frequentar e a carreira que querem seguir? Que esperar destes futuros profissionais? Ah! Mas o Tiririca também não estudou e se deu bem. Sim com certeza porque foi votado por pessoas iguais a você que não se prepararam e optaram pelo seu slogan: “Vote Tiririca. Pior que tá não fica”. Mas o Lula também não estudou e foi presidente do Brasil. Sempre foi um líder e não um liderado. Tinha um objetivo na vida e lutou por ele. Garanto que em sua turma tem sempre algum que se destaca mais, mas este não é o bom exemplo, aquele em que você quer se espelhar. Não pense que fui muito diferente de vocês. Ouvi muito Beatles, Rolling Stones, Elvis, mas também Billy Vaughn, Românticos de Cuba. Ray Coniff, Agostinho dos Santos, Elis Regina, Manolo Otero, Julio Iglesias, Trio Irakitan, Nelson Gonçalves, Gal, Caetano, Gil, Chico Buarque, Aguinaldo Rayol, Angela Maria e outra centena de vozes de veludo. Também Tonico e Tinoco, Alvarenga e Ranchinho, Sérgio Reis, Pena Branca e Xavantinho, entre dezenas de outros talentos que tinham alguma mensagem para deixar. A diferença é que não transformei nenhum deles em meu ídolo, continuei sendo apenas admirador. Compará-los com Luan Santana da vida, Michel Teló, e outras dezenas de duplas que vão fazendo vítimas em vez de conquistas e poluindo sonoramente o meio ambiente é o mesmo que comparar Pelé a alguns cabeças de bagre que hoje também são endeusados pelos torcedores. Também tínhamos que estudar e no ginásio aprendíamos Inglês, Latin, Francês e Espanhol, além da grade regular que tinha Educação Moral e Cívica, Geografia, História Geral e do Brasil. Português, matemática, desenho e trabalhos manuais. Educação física eram esportes e natação as 07:00 da manhã no rio Iguaçu. Se produziam homens e não molengas como hoje. Ah! Pai e mãe não iam ao colégio reclamar de professores. Eram chamados para saber o que seus filhos aprontavam. Professor era autoridade e respeitado. Ninguém chamava de “tio”. Também sabiam se impor e impor respeito. Sei que você para quem estou comentando e escrevendo não deve estar ouvindo nem lendo, pois escutar um noticiário e um comentário deve ser perda de tempo. Portanto estou chegando a conclusão que nós comunicadores persistentes estamos cada dia escrevendo mais, para quem não lê, falando para quem não ouve e mostrando para quem não enxerga. Se você é feliz assim, continue nesta sua trajetória, mas não esqueça o tempo é cruel e também passa e com ele as oportunidades.

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