Uma comunidade frouxa, omissa e sem voz (Parte I)

É sempre bom quando alguém reclama e põe a cara para bater, e nós ficamos como avestruzes com a cabeça enfiada em baixo da terra. Não aparecemos, não nos expomos, não nos “queimamos”, não nos envolvemos. É sempre assim. É muito bom quando existe um bobão metido a besta que sai berrando e reclamando em nosso nome. Se der certo, tudo bem. Se não der, também não faz diferença. Parece que somos daquela turma do salve-se quem puder e que cada um cuide do seu. Afinal quem tem, preserva e tem medo. O que queremos para nossa cidade, se é que queremos? Sempre acreditei que as entidades de classe, associações, sindicatos, clubes de serviço e tudo que reunir um grupo de pessoas fosse para prestar serviço em nome da coletividade. Nada de personalizar a entidade. Ah. Isso foi coisa do presidente fulano. Que avaliação errada e provinciana. Até parece que é por este motivo que todo mundo foge das presidência como o “diabo” da cruz. Não se vê mais os chamados grandes empresários assumindo posições. Aliás, a grande maioria se tornou conselheiro, uma novidade que criaram para encostar muitas pessoas que ainda tem muito gás para queimar. Se tornaram os "Pilatos" da modernidade. Ninguém julga, ninguém reclama, ninguém demite, ninguém decide. Todos lavam as mãos, mas o poder continua como eminências pardas, os nossos Bispos. Está tudo globalizado e terceirizado. Pessoas com identidade própria que sequer precisavam de cartões de visita, hoje estão praticamente no estaleiro. Ainda não sei se acomodadas ou desestimuladas. A verdade é que como dizem os gaúchos “ só não peleia quem está morto”. E nisto eles nos dão várias lições. Aqui parece aquela figura dos dois burros querendo disputar montes de feno em lugares distantes e os mesmo amarrados na mesma corda. Também lembro aquela passagem que um cidadão chegou ao céu e viu um grupo de pessoas todos com os braços endurecidos sem possibilidade de movimentá-los. Uma mesa farta de comidas e bebidas e eles alegres em volta se deliciando. Foi só aí que o visitante percebeu que cada um com seu braço sem poder dobrá-lo, pegava as comidas e bebidas e servia ao outro e assim sucessivamente, estavam todos felizes. Aqui com certeza morreríamos de fome olhando a comida. Lembram que em 1982 já se discutia uma central de compras e outra de vendas para o setor moveleiro que mandava no Brasil. Nunca a idéia foi para a frente. O que falta para nós agirmos assim? Lideranças? Pessoas envolvidas? Comprometidas? Solidárias? Sem egoísmo? Já escrevi e a frase não é minha, mas foi meu slogan quando presidente do Lions. “Ninguém é tão bom quanto todos nós juntos”. Então gente! O que está faltando? Acorda São Bento.

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