Uma comunidade frouxa, omissa e sem voz (parte II)

Somos bons católicos, e até alguns muito carolas, mas quem manda é o Bispo, como no jogo de xadrez. Aqui se vê o Bispo que talvez um dia nos conheceu de passagem, transferir os padres que estão envolvidos com a comunidade, conhecem seus problemas, vivem nossa realidade, nossas pastorais, conhecem nossos idosos e estão envolvidos inclusive com atendimentos psicológicos e domiciliares, simplesmente por uma decisão de mudança, de troca, de mando, de superioridade. Troca como se fossem simples peças de xadrez. A comunidade que paga dízimo que ajuda a Igreja, que manda 10% de tudo que arrecada para a Diocese sequer é consultada. É até deprimente quando em um velório o padre vai falar aos presentes e não conhece nada da família e nem do falecido. Coitado! Tudo porque não teve tempo de conhecer, de aqui se fixar, de criar raízes. Assim é feito com o comando da Polícia Militar. Delegados de Polícia e outras autoridades. Já tivemos autoridades que por aqui passaram e a maioria da população e até a imprensa ficou sem conhecer. Parece que não estamos preocupados. Já perdemos e continuamos perdendo. Lembram que deixamos de ter Otair Becker deputado federal, primeiro pela falta de nossos votos, depois pela falta de uma mobilização das entidades cobrando do ex-governador Luiz Henrique a sua indicação para ocupar uma suplência. Pior foi ainda quando de sua troca na presidência a SCGÁS, ninguém daqui contestou, pediu ou reagiu. Não reclamamos nem a vaga para outro. Ao contrário teve gente rindo e se sentindo feliz como hiena. Até parece que se não posso ser eu, não será ninguém. Mentalidade tacanha. Agora já podemos dizer que passamos novamente a fazer parte do Contestado, pois até a nossa jovem e promissora liderança, deputado federal mais votado da história de Santa Catarina já transferiu seu domicílio, foi candidato em outra cidade e pouco aparece. A população não reage. As entidades são mudas. As vozes são roucas e fracas. O orgulho é maior que a barriga dos “cervejeiros”, e talvez isso nos impeça de enxergar além do umbigo. Vemos exemplos todos os dias de municípios bem menores que o nosso, mas onde a organização coletiva, a força da união faz com que se esqueçam picuinhas políticas e todos lutem pela mesma causa. Temos problemas na área da Saúde e quem tem que resolver é o prefeito. No Hospital, apenas uma meia dúzia de abnegados - se chega a tantos - está preocupada. O efetivo da Policia Militar está mais que provado que é insuficiente. O comando pede socorro e nós só reclamamos. Será que infelizmente é preciso que aconteça o seqüestro de alguém importante, uma desgraça, uma doença ou o acidente que envolva algum poderoso para que daí todos se comovam e saiam correndo a procura de solução. Tem horas que nem todo o dinheiro do mundo resolve. O dinheiro pode ajudar a prevenir. Mas, antes de tudo, ações conjuntas, cobranças, exigências, reivindicações podem facilitar as ações. Assim como os candidatos colocam placas, fazem pronunciamentos, procuram jornais e rádios, fazem comícios para pedir nossos votos, façamos o mesmo. Sigamos seus exemplos e desencadeemos ações efetivas, marcantes e com visibilidade. As mudanças passam pela mudança das nossas cabeças, de nossas ações, ou então entreguemos de uma vez por todas o comando do município e as ações para o Promotor de Justiça. Fica fácil achar que agora temos um cidadão coragem e que tudo vai resolver. Vamos nos unir a ele, vamos usar a sua sabedoria e boa vontade, antes que ele também canse e procure outra cidade melhor para viver e com uma população mais envolvida. Não podemos agora ficar esperando que o vice-prefeito que é do mesmo partido do governador resolva sozinho todos os nossos pleitos e deficiências. Seria mais ou menos como querer ganhar sozinho na mega sena. Já tivemos prefeitos do mesmo partido do governador, deputados, secretários de estado e até agora não conseguimos sequer uma permuta de um terreno que já foi do município nem a devolução de um prédio que foi doado para o Estado. A Polícia e os Bombeiros são equipados e mantidos com dinheiro dos contribuintes do município. Ah! Mas não esqueçamos na primeira visita do governador e sua entourage vamos fazer um grande almoço por adesão. Nós pagaremos mais, para que eles não paguem nada e fiquem com as diárias livres e integrais. Também na reunião não sejamos deselegantes e que ninguém se atreva a reivindicar coisa alguma, vamos apenas agradecer, aplaudir os discursos e as promessas. Depois que ele virarem as costas, daí soltamos a língua e descemos o pau. Nisto somos especialistas.

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