A razão pela qual a máquina incha

A cada mudança de governo, a cada troca de comando de alguma chefia,
seja no âmbito municipal, estadual ou federal, o trem da alegria das
administrações públicas vai ganhando e lotando mais um vagão. Ao longo
destes anos fiquei observando pelo menos na minha modesta maneira de
ver as coisas e cheguei a uma conclusão. Você pode acompanhar meu
raciocínio e no final concordar ou não. Simples! Por exemplo. Vamos
partir de uma simples prefeitura com um quadro efetivo de 500
funcionários, mais 100 cargos ditos de chefia ou comissionados, pois
isto não foge a regra. Aqueles para os quais não é necessário
concurso e não são considerados efetivos. Apenas são os mais bem
pagos, os que não precisam bater ponto, cumprir horário com rigor e
até na grande maioria dos casos sempre tem um mais uma boquinha fora.
Então como acontece o inchaço? Ora! Normalmente os novos 100 agregados
sempre trazem consigo algum penduricalho. Ou é a secretária que é de
confiança. Ou o advogado e o assessor que tem que vir junto e o caldo
vai engrossando e a máquina inchando. Os funcionários de carreira,
aqueles que comprovaram competência para serem admitidos através de um
concurso, que estão realizando as tarefas, são os que efetivamente
irão continuar trabalhando, nesta hora raramente são lembrados.
Empurra prá lá, coloca uma nova divisória, mais uma mesa e lá vem os
novos agregados, os inquilinos temporários, que muitas das vezes por
um passe de mágica, um jeitinho brasileiro, acabam sendo efetivados e
não desocupam mais a moita. Irão somar-se aos efetivos e em nova
mudança outros virão. Não se valoriza a chamada prata da casa. Não se
procura preencher e ocupar as funções com quem já provou qualificação,
mas que não pode merecer a confiança do novo chefe pois no passado
serviu a outro, ou não fez política partidária, campanha para o
vencedor. Interessante, nem prefeito, nem governador e nem presidente
são patrões, os verdadeiros donos. São também funcionários públicos e
temporários, pois tem mandato certo e definido. Não são os donos dos
cargos. São apenas inquilinos com data certa para ir embora. Portanto
valorizar quem é de carreira, permitir que estas pessoas cresçam
profissionalmente e evoluam é o mínimo que se espera das
administrações públicas. Só teremos um serviço público de qualidade
quando os funcionários se sentirem realmente valorizados como
profissionais. Porque, muitas vezes e na maioria pessoas que não deram
certo nas suas carreiras fora do serviço público, nele acabam se
tornando assessores prestimosos. Será porque são e se comportam como
verdadeiros vassalos e que servem de tapete para o chefe?

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