Velho não é trapo

Somos um povo e um País que ainda vai pagar caro pelo nosso próprio comportamento. Não educamos bem os jovens e estamos diante de uma geração sem muitos rumos e principalmente respeito. Que esperar do futuro? Nosso velhos, e me incluo entre eles, pois acima de 60 já somos quase que descartados. Respeito que é bom, há muito tempo deixou de existir. A tal da terceira idade como querem nos tratar é apenas mais um engodo. Colocam os idosos para dançar e transar, tudo em nome de uma nova qualidade de vida e os números de aidéticos entre eles está crescendo assustadoramente. A ociosidade é uma porta aberta a todo tipo de contaminação. “Não é ocioso apenas o que nada faz, mas também o que poderia empregar melhor o seu tempo” (Sócrates ). Não que os idosos não mereçam descanso e lazer, mas talvez empregar melhor o tempo com ocupações que exijam exercícios físicos moderados e a cabeça ocupada. Dias destes a Recorde mostrou uma reportagem onde uma metalúrgica nos Estados Unidos só ocupa mão de obra de pessoas acima de 70 anos. Tem gente com 92 trabalhando, produzindo e esbanjando saúde e alegria. O proprietário um jovem de 30, feliz com a produtividade, comprometimento e assiduidade dos seus idosos. Mas vou chegar onde queria. Aqui um amigo meu que é bastante conhecido na cidade, professor formado em história e administração, aos 60 anos pediu ao secretário Jacó Anderle, que já partiu desta, uma liberação de sala de aula para fazer um doutorado em Porto Alegre ou São Paulo. Foi desaconselhado devido a idade. Mais tarde tentou novamente junto a viúva do Jacó que assumiu a secretaria da Educação, no lugar dele, e ela repetiu o que ele já havia ouvido e que na sua idade não seria mais interessante o Estado investir nele. Aposentou-se e tentou novamente umas aulinhas para ajudar no orçamento uma vez que a renda como de todo aposentado, diminuiu. Ninguém levou em consideração seus mais de 30 anos de experiência em sala de aula. Mandaram que ele fosse fazer concurso. Sem se deixar abater resolveu se dedicar a sua pequena marcenaria nos fundos de casa, mas sedento por estar sempre aprendendo procurou o SENAI para um curso técnico. Também foi recusado pela idade e por não fazer parte do quadro de funcionários de uma determinada empresa. Imaginem a indignação deste “velho”, idoso, senil, descartável. Vai ter que se conformar em jogar dominó, paciência e contar histórias. Este é o tratamento que damos aos nosso idosos. Não sabemos aproveitar a sua sabedoria, experiência e acima de tudo que envelheçam com dignidade se sentindo úteis. Não me admiro se qualquer dia proibirem os idosos de tomar remédios e receberem tratamento que lhes de saúde e prolongue a vida. Já que são descartáveis, que virem adubo e não se gaste dinheiro com quem não vai mais render. (Se puder leia o Oitavo Dia de Euler Renato Westphal é um professor universitário, doutor, escritor, teólogo e pastor luterano, você vai ver que não estamos longe disto). Vamos fazer uma São Bento do Sul melhor, depende de nós.

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