Professores: “otários

Professora Lucimar Pereira Dri está divulgando “Carta Aberta” sobre a proposta do governo para pagamento do piso salarial. Diz que os professores com especializaçao se sentem “otários”. Veja porque:
“Muito prazer, meu nome é otário. Na ponta dos cascos e fora do páreo. Puro sangue, puxando carroça.” (Engenheiros do Havaii)
É assim que a maioria dos professores se sentem. Otários que estudaram os onze anos regulares, e outros, como eu, que estudaram doze anos, depois fizeram vestibular, frequentaram uma universidade durante longos e árduos quatro anos e meio, como todas as outras graduações, após fizeram uma, duas, três especializações e veem profissionais de outras áreas ocupando as suas vagas, ministrando aulas como “bico”.
Nós somos professores de várias áreas do conhecimento e somente podemos exercer essa função específica. Como então aceitar essa invasão de “mestres”, usando a nossa profissão como uns trocados a mais.
Sim, porque o que recebemos, pelo nosso trabalho, não é salário, segundo esses profissionais que anualmente ocupam nossas salas de aula.
Temos vários eixos temáticos para desenvolver durante o ano, além, é claro, de nossos conteúdos específicos.
Tratamos de educação sexual, doenças sexualmente transmissíveis, conflitos de gênero, preconceitos, racismo, homofobia, relacionamentos familiares, conservação do planeta, música, dança, folclore brasileiro, diversidade etnicorracial brasileira (sobre a qual estou terminando uma pós-graduação), história da África (um resgate histórico). Isso para falar só de conceitos amplos, pois temos muitos outros tantos conceitos específicos que também fazem parte de nosso currículo anual.
Sendo que para isso frequentamos cursos sobre os temas a serem desenvolvidos, palestras com profissionais da área e oficinas entre outras capacitações.
E cumprimos nossa missão com louvor, pois ainda conseguimos bons resultados com a maioria de nossos alunos e oferecemos ainda o conhecimento de matemática, língua portuguesa, história, geografia, ciências, inglês, espanhol, química, biologia e demais conteúdos.
Observe o senhor que isso ocorre em salas de aula tumultuadas, com inúmeros problemas familiares, desencontros, descasos, abandonos e sentimentos conflitantes próprios da infância e da adolescência.
Sem falar de outros problemas mais estressantes como profissionais com tripla jornada de trabalho para somar um salário digno.
Profissionais trabalhando doentes, como eu que tenho dois nódulos nas cordas vocais, mas que se sair de sala de aula para tratamento, vejo meu parco salário cortado pela metade.
Profissionais esgotados com tanto descaso, tratados como otários que ousaram sonhar em construir uma carreira brilhante como a de outros ex-universitários.
A televisão em suas veiculações de começo de ano nos imputa o papel de pilar da sociedade em várias línguas de diferentes sotaques. Olhamos essas cenas televisivas embevecidos, com os olhos marejados de concordância e constatação da veracidade dessas palavras.
Então se a importância de nossa existência é tão determinante na formação de uma sociedade, porque essa mesma sociedade nos vira as costas e finge que as reivindicações dos profissionais da educação não são prioritárias?
Estamos desesperançados com esses representantes políticos eleitos, na maioria das vezes, por nós professores que fazemos frente em todos os atos decisivos em nosso núcleo escolar.
Eu sou professora, porque tenho vocação e formação e exijo ser respeitada como uma profissional comprometida e capacitada e, portanto merecedora de um salário como o de outros profissionais de igual graduação universitária.
Professora Lucimar Pereira Dri.”



Professora Lucimar Pereira Dri está divulgando “Carta Aberta” sobre a proposta do governo para pagamento do piso salarial. Diz que os professores com especializaçao se sentem “otários”. Veja porque:
“Muito prazer, meu nome é otário. Na ponta dos cascos e fora do páreo. Puro sangue, puxando carroça.” (Engenheiros do Havaii)
É assim que a maioria dos professores se sentem. Otários que estudaram os onze anos regulares, e outros, como eu, que estudaram doze anos, depois fizeram vestibular, frequentaram uma universidade durante longos e árduos quatro anos e meio, como todas as outras graduações, após fizeram uma, duas, três especializações e veem profissionais de outras áreas ocupando as suas vagas, ministrando aulas como “bico”.
Nós somos professores de várias áreas do conhecimento e somente podemos exercer essa função específica. Como então aceitar essa invasão de “mestres”, usando a nossa profissão como uns trocados a mais.
Sim, porque o que recebemos, pelo nosso trabalho, não é salário, segundo esses profissionais que anualmente ocupam nossas salas de aula.
Temos vários eixos temáticos para desenvolver durante o ano, além, é claro, de nossos conteúdos específicos.
Tratamos de educação sexual, doenças sexualmente transmissíveis, conflitos de gênero, preconceitos, racismo, homofobia, relacionamentos familiares, conservação do planeta, música, dança, folclore brasileiro, diversidade etnicorracial brasileira (sobre a qual estou terminando uma pós-graduação), história da África (um resgate histórico). Isso para falar só de conceitos amplos, pois temos muitos outros tantos conceitos específicos que também fazem parte de nosso currículo anual.
Sendo que para isso frequentamos cursos sobre os temas a serem desenvolvidos, palestras com profissionais da área e oficinas entre outras capacitações.
E cumprimos nossa missão com louvor, pois ainda conseguimos bons resultados com a maioria de nossos alunos e oferecemos ainda o conhecimento de matemática, língua portuguesa, história, geografia, ciências, inglês, espanhol, química, biologia e demais conteúdos.
Observe o senhor que isso ocorre em salas de aula tumultuadas, com inúmeros problemas familiares, desencontros, descasos, abandonos e sentimentos conflitantes próprios da infância e da adolescência.
Sem falar de outros problemas mais estressantes como profissionais com tripla jornada de trabalho para somar um salário digno.
Profissionais trabalhando doentes, como eu que tenho dois nódulos nas cordas vocais, mas que se sair de sala de aula para tratamento, vejo meu parco salário cortado pela metade.
Profissionais esgotados com tanto descaso, tratados como otários que ousaram sonhar em construir uma carreira brilhante como a de outros ex-universitários.
A televisão em suas veiculações de começo de ano nos imputa o papel de pilar da sociedade em várias línguas de diferentes sotaques. Olhamos essas cenas televisivas embevecidos, com os olhos marejados de concordância e constatação da veracidade dessas palavras.
Então se a importância de nossa existência é tão determinante na formação de uma sociedade, porque essa mesma sociedade nos vira as costas e finge que as reivindicações dos profissionais da educação não são prioritárias?
Estamos desesperançados com esses representantes políticos eleitos, na maioria das vezes, por nós professores que fazemos frente em todos os atos decisivos em nosso núcleo escolar.
Eu sou professora, porque tenho vocação e formação e exijo ser respeitada como uma profissional comprometida e capacitada e, portanto merecedora de um salário como o de outros profissionais de igual graduação universitária.
Professora Lucimar Pereira Dri.”

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