Que pais são estes e que tipo de filhos querem?

Confesso que fiquei chocado com algumas colocações de pais de alunos da rede estadual de Educação, que pretendem entrar em juízo para o retorno das aulas para seus filhos, cujos professores estão em greve em Santa Catarina. Até aí vocês podem achar que sou baderneiro, defensor de paralisações, contra o governo. Não! Não é bem assim. O que me chocou foram os argumentos dos pais. Não vi preocupação com a educação, com a vontade de querer professores melhores para seus filhos e isso significa também que sejam pagos justamente. O que li é que os filhos estão ficando muito tempo em casa e isto está causando transtornos para as famílias. Famílias? Me perdoem, que famílias? Só pais verdadeiramente preocupados com a educação de seus filhos estariam solidários com os professores, participando das passeatas, ensinando cidadania aos seus filhos, respeito pelas leis e exigindo do governo o pagamento do que é justo e devido aos mestres que não se queixam de aturar os seus filhos e ainda levar desaforos para casa. São estes mestres que estão moldando o caráter, ensinando o básico para que se formem cidadãos de bem. São o alicerce para as futuras gerações de médicos, engenheiros, advogados e até políticos, quiçá, uma geração melhor e mais comprometida. São estes mestres que estão dando a educação que vocês pais terceirizaram. Tomem consciência que está é uma das únicas greves legais e pelo cumprimento de uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Com que moral o governo pode exigir obediência quando ele é o primeiro a descumprir a lei? Não estou vendo preocupação com a qualidade do ensino, com a recuperação dos dias parados. O que não pode faltar é o horário da academia, do lanche, dos salões de beleza - talvez a presença dos filhos em casa esteja atrapalhando. Já vi que realmente o que está faltando é horas de bancos escolares para muitos pais. Infelizmente. Não vejo ninguém dizer que falta dinheiro para a Assembleia Legislativa e outros Poderes fazerem verdadeiras farras e orgias com gratificações e penduricalhos. Até quando? Estamos vivendo na educação o que o Rio de Janeiro viveu nas favelas e agora tenta recuperar. Quero ver estes mesmos pais protestando contra o projeto de incorporação das gratificações de função e chefia, para os funcionários da Assembleia Legislativa, enquanto os professores saem às ruas para lutar por um piso de R$ 1.187,00. As escolas particulares, cada vez melhores, com professores motivados, instalações de primeira qualidade e conquistando mais espaço. É a vitória da competência - o diretor é escolhido por títulos e capacidade e não há ingerência política. O Estado cada vez se mostra mais ineficaz e ineficiente, mau gestor, e cercado por puxa-sacos que, se tivessem que vencer na iniciativa privada, por certo não se dariam bem.

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