O PSDB e o indiciamento de Pavan

O PSDB de Santa Catarina está entre uma situação de “desconforto”, de “constrangimento” e “perplexidade” com o indiciamento do presidente estadual, Leonel Pavan, pelo Departamento de Policia Federal. O ex-governador está enquadrado nos crimes de prevaricação, tráfico de influência e formação de quadrilha, em atividades de licenciamento de empreendimentos na região de Itajaí pela Fatma.

Os principais líderes tucanos no Estado falaram com o indiciado, ouviram algumas explicações e ficaram aguardando alguma nova posição. Pavan disse que o inquérito da Polícia Federal representa apenas um indiciamento. Vai aguardar o envio do inquérito à Procuradoria Regional da República. Promete fazer uma avaliação do quadro estadual, das repercussões politicas para tomar uma decisão, que pode ocorrer já na próxima semana. Por enquanto, não vê razões para licenciamento ou outra medida no comando do partido.

O senador Paulo Bauer evitou avançar sobre desdobramentos deste novo indiciamento pela Policia Federal. O vice-presidente, prefeito Beto Martins, disse que vai se inteirar das razões que levaram à inclusão do ex-governador no inquérito para tomar uma posição.

Na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa, os parlamentares tucanos fazem avaliações sobre a imagem do partido. O presidente tem críticos nas duas bancadas. Jorginho Melo acusa Leonel Pavan de desgastar o PSDB, de manter o partido em relativa inatividade este ano e, sobretudo, de ter comprado delegados do Vale do Rio do Peixe para se eleger presidente. Marcos Vieira lamenta a falta de eventos de mobilização, mas diz que faz sua parte inscrevendo novos eleitores em todo o Estado, especialmente, na Grande Florianópolis e no oeste. Há uma preocupação consensual: a de que o PSDB deixe de contar com novas filiações importantes para as eleições municipais de 2012, em função desta nova fragilidade politica. Até o dia 7 de outubro, prazo fatal para as inscrições partidárias, não deverá haver pronunciamento do Ministério Público Federal sobre o caso Pavan. Apreensão também com a sangria político-partidária que o episódio provoca dentro e fora do partido.