Joernais do interior dos Estados Unidos viram negócio de ouro

O mais bem-sucedido investidor do mundo, WARREN BUFFETT, do alto de seus 81 anos, dezenas de sucessos, sabedoria, e bilhões de dólares de patrimônio que um dia pertencerão à Fundação Bill e Melinda Gates, contrariando a opinião e o pessimismo da maioria em relação ao futuro das chamadas mídias analógicas ou tradicionais, decidiu investir em jornais. Acaba de comprar, através da BERKSHIRE HATHAWAY, 63 jornais diários e semanais da MEDIA GENERAL por US$ 142 milhões “cash”, mais um empréstimo de US$ 400 milhões para reforçar o caixa da empresa debilitada pela perda de assinantes e publicidade.



E aí foram perguntar ao midas dos investimentos qual a razão de uma decisão, sobre todos os aspectos, e, no mínimo, extravagante. E com seu tradicional sorriso, respondeu, “A BERKSHIRE HATHAWAY está dando um voto de confiança aos jornais das pequenas cidades… Nos vilarejos e cidades em que o senso de comunidade é formado, não há instituição mais importante que o jornal local… As cidades atendidas pelos jornais que compramos seguem esse modelo firmemente e estamos entusiasmados que eles conseguiram encontrar uma casa permanentemente em nossa empresa, a BERKSHIRE”.


Quais os próximos passos de BUFFETTW? Até mesmo pelas explicações que deu sobre sua decisão, não se pode especular que partiria para aquisições de maior repercussão e importância no território dos jornais. Em verdade, os 63 diários e semanários comprados não integram a lista dos 25 periódicos de maior circulação nos Estados Unidos. Mas, para um setor que acumulava uma sequência considerável de péssimas notícias, sua decisão constituiu forte e importante alento, e leva as pessoas a no mínimo refletirem um pouco mais sobre o futuro dos jornais.


A repercussão imediata na Bolsa de Nova York foi a melhor possível. Em apenas um dia, as ações que vinham em trajetória de queda há meses, reverteram a tendência e subiram 33,12%. E a pergunta que se faz por aqui é se o raciocínio de BUFFETT também se aplicaria ao nosso país, valorizando os jornais de uma centena de cidades do interior do Brasil?


Aconteça o que acontecer, e mesmo que muitos jornais voltem a viver momentos de prosperidade, a perspectiva a média e longo prazo continua de crise para o setor, uma vez que as novas plataformas de transmissão de conteúdo vão se fortalecendo e se institucionalizando. E assim, o mais sensato é que todos os jornais se façam duas perguntas vitais todos os dias dos próximos anos e corram atrás das respostas. Primeira, como nos integrarmos e somarmos com as novas plataformas? Segunda, qual a missão que nos cabe daqui para frente, que tipo de conteúdo vamos prover a nossos leitores e assinantes, na medida em que perdemos para sempre e definitivamente a possibilidade de sermos “os primeiros a darmos as últimas”?


Fonte New York Times

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