Crescer ou estagnar olhando ruínas
Sou do tempo em que se tomava leite ao pé da vaca. Não tinha
caixinha. Saquinho, nem prazo de validade. Tudo evoluiu e junto temos que
evoluir. Nada mais é para sempre, nem o amor. Portanto há que se rever pontos
de vista, costumes, práticas, leis, opiniões, conceitos. Com ascensão do Papa
Francisco, logo, logo carinhosamente Chico,
já se cogitam mudanças até em posicionamentos da Igreja, como fim do celibato,
comunhão para divorciados, separados e ajuntados. Casamento entre os do mesmo
sexo, e por aí afora. Pois bem! São Bento do Sul não foge a regra e a realidade.
Aliás, vivemos uma realidade diferente de muitos municípios. Somos um desvio da
BR-101. Quase uma anomalia, mas que até agora deu certo. O que não podemos é
nos posicionar contra os avanços e fincarmos
o pé no radicalismo, na intransigência. O progresso exige evolução, e
nós não estamos evoluindo. Não sou a favor do desenvolvimento desenfreado e a
qualquer custo, mas tudo pode ser adequado, harmonioso e sustentável. Sabemos
que são as indústrias que geram riquezas e empregos. Não temos vocação
turística e isto está mais que provado. Então por quê fechar as portas, criar
dificuldades e impedir novos
investimentos? É sabido que todo empreendedor procura facilidades, parcerias,
incentivos, logística. Quem pode optar, logo prefere Joinville, às margens da
BR-101 e proximidade com portos. Como já escrevemos não estamos às margens da
BR-101, e sim situados em um desvio e com os acessos cada vez mais precários.
Estamos vivenciando uma fase de galpões e mais galpões industriais fechados, se
deteriorando, indo a leilão e ninguém se interessando pelos seus
aproveitamentos. Não podemos ficar esperando e depois criticando que a Prefeitura compre todo imóvel tombado e que não possa ser utilizado para atividade produtiva. Já vimos estes exemplos com o Cine Brasil, sede do Paço Municipal e antiga Móveis Leopoldo. Tudo por causa de uma legislação burocrata, impeditiva,
arcaica e que não contempla investimento e produção com sustentabilidade. Quantas
novas indústrias poderiam para cá ser atraídas pela facilidade de se instalar. Mas
parece não ser a nossa política. Não temos uma política de Distrito Industrial.
Nossos condomínios empresariais, que deveriam ser incubadoras, estão condenados
pois foram desviados de suas funções. Lá se adonaram padaria, lavação de carro,
lojas de ferragens, lustração e até fábricas de móveis. Nada novo, apenas cômodo. Uma secretaria de Desenvolvimento Econômico
tem fazer jus ao seu nome e aos que emprega. Temos que discutir, rever e
definir o que queremos para o futuro, principalmente se queremos. Acorda São Bento.
Salve Jorge e sua benção Papa Francisco.
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