O crescente descrédito dos partidos políticos
O início de mais um ano eleitoral deixa para o cidadão desanimado uma previsão nada alentadora do que vai acontecer na próxima campanha. A rigor, o único sinal positivo vem do calendário. Com carnaval em março, Páscoa em abril, férias antecipadas, Copa do Mundo em junho e julho, a campanha será reduzida. Portanto, a rigor, deve se restringir a apenas dois meses.
O cenário ruim revela a repetição ainda mais triste de antigas saladas. Os partidos perderam a consistência ideológica, salvo algumas poucas exceções. Os principais aqui em Santa Catarina se aliam com antigos adversários e os coligados passam a combater os tradicionais aliados. É um vale tudo que frustra e desencanta a maioria do eleitorado.
Partidos políticos são instrumentos vitais nas democracias. Sem eles não há como chegar e exercer o poder, ensinam todos os compêndios sobre regimes políticos. O fisiologismo que vem dominando os partidos nos últimos anos, a ausência de coerência ideológica e politica e, sobretudo, as coalizões que se montaram em vários níveis, resultaram em mais descrença na estrutura partidária.
O Brasil tem hoje 32 partidos políticos. Quatro ou cinco participam das decisões. Os outros integram o jogo. Alguns vendendo descaradamente os espaços no horário gratuito durante a campanha. Outros, virando comércio aberto em troca de cargos públicos. Perdem sustentação e fragilizam a representação popular.
Renovação no comando é palavra excluída no dicionário dos partidos. Os dirigentes se eternizam, mandam e desmandam, fazem e desfazem.
E, muito pior, são todos financiados pelos contribuintes. Foram mais de 300 milhões de reais distribuídos para o Fundo Partidário. E, muitos ainda se atrevem a defender determinadas siglas como se fossem a salvação da lavoura. Tudo adubo do mesmo saco.
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