Poema pedra e a realidade liquefeita

Poema pedra  e a realidade liquefeita

 
 
Preciso compor um poema!
Com a urgência...
Escrever com poesia.
Palavras lançadas ao vento!
Sem regras e sem lógicas...
Sem rimas!
Sem dores!
Sem choros e sem lágrimas.
Sem velas.
***
Preciso esculpir na pedra-sabão.
  Um poema com pretéritos...
Mais que perfeitos!!!
Sem deméritos.
Para me recompor...
Com o mundo líquido!
Com a realidade mutável...
Re-produzir a vida sem regras.
Sem rumos...
Onde reina as incertezas...
***
Mais que preciso...
Tenho que re-escrever!
A vida pós-moderna!
Sem crases...
Sem vírgulas...
Sem métricas...
E sem um ponto final.
***
Preciso com toda a emergência...
Escrever poemas na areia da praia...
Com verbos mais que perfeitos.
Com poética!
***
Peças soltas do mais...
Puro platonismo démodé...
Milimetricamente imperfeitos!
Em uma mimese...
Que não imita coisa alguma
Peças ocas liquefeitas
Que nada valem
Que não duraram nano-segundos!
Poemas sintéticos...
Para a Deusa de Ébano!
***
Re-produzir o deserto dentro de mim!
Re-produzir as belas-artes...
Em pedra-sabão,
Sem gritos sintéticos de dor!
Sem sustos...
Soluços...
E sem ponto final
***
Quero esculpir a minha negra poesia
Na dita pós-modernidade!
Virar as páginas em branco.
Sair do mundo virtual...
Ganhar as ruas...
Dobra as esquinas...
Voar e voar leve como uma pluma
Ganhar os céus sem nuvens...
Abraçar os astros.
E se perder no cosmo infindo!
Ser livre afinal!
De todas as dores
                                                             E de todos os amores
Samuel da Costa
 

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