Pedrads do PedroKA - A pátria de cuecas, a seleção veste gala

A pátria de cuecas, a seleção veste gala
Muita gente surpresa e crítica com o traje da seleção brasileira de futebol e com os gastos da CBF com o conforto dos jogadores Pura inveja. Porque desafogar nossas mágoas e frustrações contra os escolhidos de Tite. Eles não são os responsáveis por nossas mazelas políticas, pela nossa incompetência em saber escolher políticos que realmente nos representem e que sejam comprometidos com um mínimo de honestidade. Nossos atletas são pessoas que se dedicaram a jogar futebol, que souberam lidar com a bola, não com a propina. Não acho que sejam heróis, mas também não são ídolos de barro. Fizeram suas carreiras, hoje são reconhecidos mundialmente e pelo que fazem dentro de campo. Também a biografia da maioria mostra origens extremamente humildes, criados só por mãe ou avó. Obtiveram sucesso porque não usaram só os pés, mas a cabeça e se dedicaram ao que queriam fazer. Não é fácil vencer. Basta ver o número de profissionais que atuam na área e nem todos foram ungidos com  uma convocação ou despertaram o apetite de grandes patrocinadores. Se estão sendo bem remunerados é porque dão retorno aos investidores. Se são ídolos  é porque existem os que os idolatram. São também solidários. Basta ver os exemplos de Cristiano Ronaldo e muitos outros que mantém escolinhas, ajudam entidades e são caridosos. Motivam a criançada e que através do esporte são afastadas das ruas e das drogas. Não confundam lazer com alienação. Torcer pela seleção, vestir amarelo é usar do direito à diversão, a alegria, a extravasar e vibrar com nosso futebol que é um dos melhores do mundo. Alienação é não acompanhar as votações no Congresso, não cobrar de nossos governantes e apenas vestir amarelo para protestar sem saber contra o que. Rebeldes sem causa. Pesquisas recentes apontam que o brasileiro não liga mais para a Seleção. Proferem até palavrões quando o assunto é colocado sobre a mesa. Eu considero um absurdo, porque se tem uma algo que está em nosso DNA é o futebol. Se por um lado estão transformando o nosso território em espaço a ser explorado pelos interesses do Capital, tornando-nos ainda mais colônia, no território da bola, no gramado, quando o Brasil entra em campo, é naquele espaço (também explorado) que se resguarda um pouco do sentimento de nação. Essas linhas não têm a intenção a fazer apologia ao anestesiamento, à alienação, ao ufanismo. Não se trata disso! Apenas tentar mostrar que é preciso separar os sentimentos: um é o Brasil, país com tantos descaminhos a serem resolvidos, com tanta desigualdade social; outro, é o Brasil em campo. Podemos não ter o Coliseu nem o Parthenon e nossas ruínas de civilização renovam-se a cada dia, mas temos o futebol, capaz de explicar muito sobre quem somos. Não existe nada mais brasileiro que um Garrincha fintando as linhas de marcação tão quanto a gente lutando para encontrar um espaço no ônibus em direção ao trabalho para ganhar o pão e  driblar as dificuldades. O meu coração também está entrando em campo lá na Rússia. Vai lá seleção.

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